O presidente do Ibope Inteligência, Carlos Augusto Montenegro, disse
nesta segunda-feira que, faltando seis dias para as eleições, considera
“muito improvável” que o novo presidente seja definido já no primeiro
turno ou que surja uma terceira via a Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando
Hadadd (PT), mas ressaltou que “nada é impossível”. Montenegro acrescentou que a eleição de 2018 é a mais difícil de sua
vida e a mais incomum, uma vez que as análises apontam que o vencedor
nas urnas não será o candidato preferido da população, mas o que tiver
menor rejeição da parte do eleitor. “Faltando seis dias, não
tenho menor ideia de quem vai ser o presidente e nenhuma pista, cheiro”,
disse Montenergro em palestra na Associação Comercial do Rio de
Janeiro. “Acho muito improvável que termine no primeiro turno,
mas nada é impossível”, acrescentou, cauteloso. “Surgir uma terceira via
é muito improvável, mas nada é impossível.” O
presidente do Ibope avaliou que o PT tem rezado todos os dias para que o
oponente de Haddad em um eventual segundo turno seja Bolsonaro, pelos
petistas considerarem que a vitória estaria mais próxima desse modo. “Esse
movimento ‘ele não’ ou ‘ele sim’ ajuda na polarização entre os dois”,
disse Montenegro. “Antigamente, as pessoas mais humildes votavam na
direita, centro-direita ou Arena... e os formadores de opinião e classe
média na esquerda. Hoje quem tem instrução vota no centro e
centro-direita... e os mais humildes na esquerda”, acrescentou. “No
segundo turno, o que vai falar mais alto é a rejeição ao Bolsonaro ou
ao PT”, resumiu. “Tudo indica que o segundo turno vai ser entre os dois e
o que vai pesar mais, o caráter, postura e passado do Bolsonaro ou os
maus feitos do PT com muita gente presa?”, apontou. “Quem termina
na frente (no primeiro turno) normalmente continua, mas nessa eleição
não tem nada de normalmente. Nunca vi algo tão esquisito e diferente.” Montenegro
afirmou que o sistema político eleitoral brasileiro está fadigado e
saturado. Para ele, a reforma política se tornou mais importante que a
reforma da Previdência, que tem um enorme peso fiscal nas contas
públicas. O Ibope divulga nesta semana três pesquisas
presidenciais, a primeira delas na noite desta segunda, depois na
quarta-feira e no sábado.
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