Sem 5G, Brasil vai sempre perder de 7 a 1

                                 
                                                          

Quem joga games pelo computador ou por consoles online no Brasil já notou que é mais difícil vencer um adversário que está nos Estados Unidos do que um que está por aqui. A razão é porque nos locais onde há a internet 5G os comandos enviados pelo jogador são reconhecidos pelo menos 0,5 segundo mais rápido do que onde não há essa tecnologia. Ou seja, enquanto um atacante está chutando ao gol, o zagueiro ainda está se aproximando dele para tentar interceptar a jogada. É como dizer que, sem o 5G, o Brasil vai sempre perder de 7 a 1, assim como ocorreu na Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha.

E não é só nos jogos online que a tecnologia vai trazer avanços. Tecnicamente, o 5G atua em três pontos fundamentais: 1) na velocidade, que é de até 20 vezes maior do que no 4G; 2) na latência, que é a velocidade em que a informação é acessada no servidor e volta para o usuário; 3) na quantidade de aparelhos que podem se conectar em uma mesma rede. Pode-se chegar a até 1 milhão de equipamentos a cada quilômetro quadrado. Essa última funcionalidade acaba servindo para a internet das coisas, que é, por exemplo, ter uma geladeira que, programada, avisa que precisa ser reabastecida de alimentos.
Na prática, podemos nos deparar com um incremento da telemedicina que trará a possibilidade de se fazer cirurgias online por meio da robótica; a ampliação do uso de drones para fazer entrega de produtos, ação na segurança pública, monitoramento de estradas ou para a lida no campo; o uso de carros autônomos (sem motoristas); assim como para fazer o download de filmes, jogos ou arquivos mais pesados de maneira célere. Por exemplo, um filme da Netflix que antes levava dois minutos para ser baixado na rede 4G, será baixado em menos de quatro segundos. Uma playlist de uma hora do Spotify que leva 20 segundos na atual tecnologia, levará menos de um segundo na nova. Tudo será quase instantâneo.
Com um maior número de frequências que podem ser exploradas, também se amplificaria consideravelmente a quantidade de usuários do sistema, e as empresas teriam mais um serviço a oferecer. Isso porque uma mesma estação rádio base, as chamadas antenas do celular, pode ofertar as frequências 3G, 4G e 5G.
“A nova tecnologia vai principalmente ajudar na inclusão digital”, diz o economista Arthur Barrionuevo Filho, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. “O 5G é uma revolução, não uma evolução” sintetiza o presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Sergio Paulo Galindo.


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Afonso Benites
Brasília
El País

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