Cientistas alertam que a água potável do mundo pode chegar ao fim


 

Embora 70% da superfície da Terra seja coberta por água e seu volume permaneça constante (1.386.000.000 de quilômetros cúbicos), a humanidade enfrenta um grande problema: há uma crise global de água potável. De acordo com os dados estatísticos mais recentes, quase 97,5% do volume de água não é adequado para consumo humano e tanto as populações como as temperaturas continuam a crescer constantemente.

Um dos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pelas Nações Unidas é o de alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos até 2030. Mas, recentemente, o organismo anunciou que esse projeto não deve se concretizar, alertando para os desafios envolvendo o setor hídrico em todo o mundo.

Especialistas afirmam que a demanda global de água aumentará 55% até 2050. Muito desse aumento será impulsionado pela agricultura, que responde por 70% do consumo global de água doce. Além disso, estima-se que a extração de água para fins energéticos, destinada a centrais de refrigeração, aumente em mais de 20%. 

A escassez de água está se tornando uma ameaça crescente devido às mudanças nos padrões de chuvas, ao aumento da demanda hídrica e aos inúmeros impactos provocados por  temperaturas mais quentes. De acordo com pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, embora a pandemia de COVID-19 tenha resultado na redução temporária das emissões de CO2 (devido à diminuição da produção industrial e cancelamentos de voos), não demorará muito para que elas retomem sua trajetória ascendente.

Um estudo desenvolvido pela NASA afirma que muitas das fontes de água doce do mundo estão sendo drenadas mais rápido do que reconstruídas. Das principais reservas de água do mundo, mais da metade está diminuindo, desde a Índia e a China até os Estados Unidos e França. O hidrólogo Jay Famiglietti, que já atuou na NASA e atualmente é presidente do Instituo Global para a Segurança Hídrica, alerta que o lençol freático está escasseando em todo o mundo. “Não existe um suprimento infinito de água”, alerta ele.

No entanto, existem modelos exemplares, como o de Israel, que considera a disponibilidade de água uma questão de segurança nacional. Ao reciclar as águas residuais, a instalação de saneamento Shafdan, perto de Tel Aviv, fornece mais de 140 milhões de metros cúbicos de água por ano para uso agrícola, cobrindo mais de 40% das necessidades agrícolas.

Outra solução - mais simples - que já foi encontrada enfatiza a coleta da chuva. Um tanque de coleta de água da chuva pode armazenar até quatro milhões de litros de água parcialmente tratada. Da mesma forma, encontrar um modelo eficaz de conservação de água doce para as gerações futuras será de extrema importância.

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Melbourne University
BBC
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