Saiba a hora certa de trocar seu aparelho eletrônico


Primeiro uma constatação. Queiramos ou não, o aparelho mais avançado que acabamos de comprar começará a ficar obsoleto mesmo antes que o liguemos pela primeira vez. A capacidade dos processadores dobra a cada dois anos ou menos e seu preço se mantém. Essa é a conhecida Lei de Moore, que, constatada ainda nos anos 60 por Gordon Moore, um dos fundadores da fabricante de chips Intel, ainda não foi desmentida na prática.
A Lei de Moore dita o ritmo das inovações digitais e, portanto, trabalha em favor dos consumidores. Ao mesmo tempo ela obriga os fabricantes a entregar ao mercado produtos cada vez melhores, sem alteração significativa no preço. Quem não é um “early adopter”, um fanático por novidades, pode esperar um pouco, e, com toda a certeza, o preço do equipamento vai cair. Diz Guilherme Camargo, professor de game marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e presidente da Sioux, empresa que desenvolve videogames: “Com o passar dos meses, os preços caem e um mercado mais amplo se abre”.

Uma singela prova disso veio na semana passada, com o anúncio da Apple de que vai fabricar novos lotes de iPhone 4 (os modelos mais novos são os 5S e 5C, e já se fala na chegada do iPhone 6 para os próximos meses) apenas para satisfazer à demanda do mercado brasileiro – que ainda valoriza mais o preço baixo do que a tecnologia de ponta na escolha do modelo de smartphone.
O NFC é melhor que o Bluetooth? 
Para o consumidor fanático que fica na fila de madrugada no frio, esperando a loja abrir, para ser o primeiro a comprar um aparelho que acaba de ser lançado, basta informar que o novo laptop vem com tecnologia NFC instalada para que ele considere sua aquisição melhor do que a daqueles que só usam Bluetooth. Para o resto de nós, não é nem esse o caso. O símbolo azul à esquerda na ilustração principal desta página é o do Bluetooth. O da direita é o do NFC, sigla em inglês de Near Field Communication. Tanto um como outro, com pequenas diferenças, servem para que o usuário possa transferir arquivos, programas, músicas, filmes e fotos entre dois aparelhos que estejam a pouca distância um do outro. Mas qual é melhor? O Bluetooth funciona com os aparelhos até a 9 metros de distância um do outro. O NFC tem alcance de no máximo 4 centímetros. Ponto para o Bluetooth. O Bluetooth exige que se faça uma operação, às vezes meio demorada, de aperto de mãos entre os dois aparelhos que vão compartilhar arquivos. O NFC dispensa essa liturgia. Os aparelhos se conectam automaticamente. Ponto para o NFC. Os analistas concordariam com o resultado de empate entre as duas tecnologias e com a conclusão de que seria uma preciosidade afirmar que um laptop se tornou obsoleto por não ter tecnologia NFC. Mais decisivos na hora de comprar um novo laptop são o peso e a duração da bateria. Laptop é para ser carregado de um lado para outro, ser usado no colo no avião ou na sala de espera do aeroporto. Quanto mais leve, quanto menos esquentar, quanto mais tempo durar a bateria, melhor. Aviões que fazem voos internacionais costumam ter poltronas com adaptadores que permitem recarregar o laptop. Mas o fator bateria de maior duração significa mais do que apenas maior autonomia. Como a tecnologia das baterias praticamente não avança (uma barreira física, dada a impossibilidade de extrair maior quantidade de energia dos metais conhecidos), para fazê-las durar mais a saída é produzir processadores menos gulosos, que, consequentemente, serão menores e esquentarão menos. Portanto, laptops com bateria mais durável tendem a ser mais delgados e leves. Se portabilidade é um fator central para o usuário, essas características justificam a troca de aparelho. 

Celulares - A indústria conspira para que você seja feliz
No mundo dos smartphones a Lei de Moore atua com esteroides. Isso significa que, de um lado, ninguém pode alardear que leva aos ouvidos a mais atualizada tecnologia de celulares, pois em algum ponto do planeta (em geral em Tóquio ou em Seul) estará sendo apresentado ao público um modelo ainda mais avançado. Para os fanáticos e ansiosos, esse fato é torturante. Mas, para os usuários satisfeitos com seus smartphones, essa corrida sem tréguas entre os fabricantes é a garantia de que muito em breve ele terá à disposição um modelo melhor e com preço equivalente ao do aparelho que usa. “A inclusão digital que se previa com a internet fixa aconteceu com muito mais força na internet móvel”, comenta Joe Takata, gerente de produto da Sony Mobile Brasil. Isso significa que o preço de aparelhos dotados das tecnologias mais avançadas caiu a ponto de eles se tornarem acessíveis às pessoas de menor poder aquisitivo. E, enquanto você lê esta seção, os fabricantes estão pressionando seus diretores de produto para que o próximo modelo da marca seja ainda mais leve, funcional, resistente e barato. Eles conspiram para que o consumidor seja feliz. 

Vídeo Games - Fim da linha ou apenas o começo? 
A atual safra de consoles foi lançada no Natal de 2013. Ela é considerada a oitava geração de games. O que ela tem de mais novo? A integração via internet e a melhoria acentuada da qualidade gráfica. Com todo o sucesso de vendas, essa geração não foi a mais revolucionária. Explica Guilherme Camargo: “A sétima geração foi a mais marcante, pois transformou o console em uma central de entretenimento. O aparelho saiu do quarto do adolescente e foi para a sala, tornando-se uma atração para toda a família”. A pergunta é se os consoles atingiram seu limite de evolução autônoma. Em outras palavras, será que os consoles vão sobreviver ao processo de integração de todos os equipamentos de uma casa em torno de um centro de processamento representado hoje pelo desktop? Muito provavelmente os videogames serão apenas mais um dos tantos recursos das casas digitalizadas. É uma aposta. Os computadores começam a poder ser comandados por voz, gestos e até movimentos dos olhos. As placas gráficas também ficam a cada dia mais poderosas, o que aumenta radicalmente o realismo das imagens. Ou seja, tudo o que diferenciava o console está sendo integrado ao desktop.

com veja

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