Você é ateu? Pode estar negando a sua própria natureza. O cérebro nasce programado para acreditar em algum tipo de deus, e a fé não é opção pessoal nem chamado divino: é uma tendência biológica, que se desenvolveu ao longo de milhares de anos de evolução.
Essa ideia, que
desagrada a crentes e ateus e é uma das teorias mais polêmicas entre os
cientistas, parece ter sido finalmente comprovada por um novo estudo,
realizado por pesquisadores do Instituto de Saúde dos EUA (NIH).
Eles
monitoraram o cérebro de pessoas religiosas e descobriram que, quando
elas pensam em deus, ativam os mesmos neurônios que todo mundo (crente
ou não) usa para formar a chamada "teoria da mente" - a capacidade de
entender o que outras pessoas estão sentindo e simpatizar com elas. E
essa habilidade é primordial para as relações humanas: se cada pessoa
fosse alheia aos sentimentos das outras, a sociedade como a conhecemos
não existiria, seria apenas uma multidão de psicopatas. Quando o homem
começou a formar sociedades complexas, quem tinha o cérebro mais crente
se dava melhor - pois, além de acreditar em mitos, também era mais
sociável. E isso ajudaria a explicar por que hoje, mesmo com todos os
avanços da ciência, a crença no sobrenatural ainda é tão forte.
Acreditar está no nosso DNA.
"Se um grupo de crianças fosse
deixado numa ilha deserta, elas acabariam se tornando religiosas",
afirma o psicólogo Justin Barrett, da Universidade de Oxford. Ele é
diretor de um projeto ambicioso, que passou os últimos anos investigando
uma dúvida perene: por que algumas pessoas acreditam em deus e outras
não? Barrett não antecipa os resultados do estudo, que deve ser
concluído em 2010, mas já tem um palpite. As pessoas não escolhem
acreditar ou não; elas já nascem acreditando. "As crianças são propensas
a acreditar na criação divina. Já a ideia de evolução não é natural
para elas", diz. É como se você saísse de fábrica com um cérebro
crédulo, e só conseguisse transformá-lo em cético depois de muito tempo.
Amém.
super
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