Caros (as) leitores (as), hoje em nossa tradicional coluna vamos tratar sobre a mobilização que está sendo realizada pelos integrantes da Polícia Civil em todo Estado do Paraná, primeiramente acredito ser oportuno esclarecer aos leitores que a Polícia Civil, a Polícia Judiciária do Estado tem como finalidade atuar na repressão de crimes com o desempenho da investigação policial, atribuição esta Constitucional. Infelizmente a instituição da Policia Civil padece a vários governos nas mãos de maus gestores que estão alheios as reais necessidades da segurança pública, historicamente os gestores públicos se preocupam apenas em repassar para a população uma “falsa sensação de segurança pública”.
Os policiais civis do Estado do Paraná estão largados a própria sorte, nos últimos anos se tornou comum os meios de comunicação veicularem notícias de fugas de presos, viaturas sucateadas e paradas por falta de combustível e manutenção, coletes vencidos, armas com problemas, munição vencida dentre outros inarráveis e vergonhosos problemas.
A segurança pública de forma muito singela deve funcionar da seguinte maneira: as polícias ostensivas (fardadas) sejam elas a polícia militar ou guarda municipal devem atuar de forma preventiva, através da presença física inibindo a ocorrência de crimes e/ou atuando logo após seu cometimento com intuito de prender os criminosos.
Já a Polícia Civil tem um importante papel constitucional, pois incumbe aos policiais civis através da investigação policial, indicar os suspeitos pelos cometimentos de crimes e juntar no inquérito policial toda matéria probatória da ocorrência ou não do crime e de sua provável autoria e materialidade, o que por sua vez dará subsídios para uma possível ação penal.
Porém, a realidade da Polícia Civil hoje é degradante, delegados de polícia, investigadores, escrivãos de polícia estão em completo desvio de função, a má administração pública de sucessivos governos transformou as delegacias de polícia ilegalmente em mini presídios, onde os presos são amontoados em condições desumanas e os policiais sujeitos a condições de trabalhos degradantes.
As delegacias de polícia deveriam promover a cidadania para toda população paranaense, prestando um serviço de excelência, contudo os policiais civis são reféns do desvio de função, tendo que utilizar todo seu reduzido efetivo com atividades que não são inerentes a sua atribuição fim, ficando desta forma a investigação de crimes prejudicada. Se os crimes não são investigados, como podemos diminuir a criminalidade?
Já escrevi em diversos artigos e vou repetir: Delegacia não é lugar de preso. Penitenciária é lugar de preso. Como se não bastasse esse câncer dos presos amontoados nas delegacias, os policiais civis ainda sofrem com falta de condições mínimas de trabalho. Como pode o policial civil realizar uma operação policial com o colete vencido? Como pode o policial civil trabalhar utilizando munição vencida? Como pode o policial civil realizar seu trabalho de investigação, com uma viatura descaracterizada com mais de dez anos de uso, sucateada e sem manutenção regular? Quem perde com tudo isso população?
Desde o ano de 2007 no Estado do Paraná, tornou-se necessário para o ingresso para os cargos de maior destaque dentro da Polícia Civil, o diploma de curso superior. Esta exigência por sua vez trouxe uma notória e relevante melhoria para toda instituição e para a própria sociedade, que passou a contar com servidores policiais altamente qualificados para o complexo desempenho da atividade de Polícia Judiciária. De outra sorte, devido à ingerência que vivemos na segurança pública, os policiais civis ficaram refém da má administração pública e a sociedade refém da marginalidade.
Sociedade, juntos somos mais fortes, apoie os policiais civis, quem ganha é você!
Paulo Roberto Jesus Santos
Investigador de Polícia
Graduado em Gestão Pública
Especialista em Segurança Pública
Bacharelando em Direito
Pós-Graduando em Docência no Ensino Superior
www.paulorobertovidapublica.blogspot.com.br
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