A ideia muito propagada de que os homofóbicos são, na verdade, “gays enrustidos”, o que já publicamos matérias a respeito aqui no blog,
ganha apoio da ciência com um estudo realizado por integrantes das
universidades de Rochester e da Califórnia, nos Estados Unidos, e de
Essex, na Inglaterra. A pesquisa aponta
que pessoas que crescem em ambientes familiares repressores podem se
privar de seus desejos internos. Para evitar o estigma, elas suprimem a
atração que sentem pelo mesmo sexo e se tornam preconceituosas, como
forma de se defender. Esse resultado foi publicado na edição mais recente do periódico Journal of Personality and Social Psychology.
A conclusão veio a partir de quatro experimentos que testaram, de
acordo com o tempo de resposta, a relação entre o apoio à autonomia dado
pelos pais e a diferença entre a sexualidade declarada e a implícita. Cada teste foi feito com cerca de 160 universitários. Nos dois
primeiros, eles tiveram que classificar palavras e imagens como “gays”
ou “heterossexuais” e, depois, procurar fotos de pessoas de gêneros
diferentes. Isso foi feito para que os pesquisadores pudessem analisar a
orientação sexual implícita de cada um. Os experimentos seguintes tiveram foco direcionado à situação
familiar, valores, opiniões, crenças e preconceitos presentes na criação
dos pesquisados. Após os testes, foi percebido que houve uma maior
discrepância entre a orientação sexual implícita e explícita nos
participantes cuja família (principalmente a figura paterna) era
homofóbica e não dava apoio à autonomia do filho. Quem se dizia heterossexual, mas demonstrava não ser “internamente”,
tinha mais propensão a agir com agressividade contra pessoas gays. Os
conflitos revelados e a repressão da própria sexualidade decorrem,
segundo os cientistas, do medo de contrariar e decepcionar os pais. Por
isso, ao disfarçar sua homossexualidade, elas acabariam se tornando
homofóbicas.
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