Os alto-falantes sul-coreanos postados na fronteira com a Coreia do
Norte serão desligados de forma definitiva, anunciou nesta segunda-feira
(30/04) o Ministério da Defesa da Coreia do Sul. Os imensos
dispositivos transmitiam diariamente propaganda contra Pyongyang, com
notícias, músicas e exortações que visavam estimular a deserção de
soldados norte-coreanos. No domingo, a Coreia do Norte
comunicou que alinhará seu fuso horário com o da Coreia do Sul. Em 2015,
Pyongyang anunciara o atraso dos relógios em 30 minutos para alterar o
fuso imposto "há mais de um século pelos 'perversos imperialistas'
japoneses". O horário será ajustado no próximo sábado, em 5 de maio. A
presidência sul-coreana saudou o "passo simbólico" e manifestou vontade
em "melhorar as relações entre os dois países vizinhos". Também
no domingo, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, anunciara o
encerramento, em maio, do centro de testes nucleares do país. Em maio ou
junho, Kim deve se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo autoridades sul-coreanas, Kim estaria disposto a desistir de seu programa nuclear se os EUA declararem o fim formal da Guerra da Coreia (1950-1953) e prometerem não atacar o Norte. As medidas são vistas como tentativas de aproximação e reconciliação
resultantes da reunião entre Kim e o líder da Coreia do Sul, Moon
Jae-in, realizada na sexta-feira passada. O histórico encontro
resultou numa declaração conjunta na qual ambos os lados concordaram em
pôr fim aos atos hostis, proporcionar mais reuniões familiares e tentar
eliminar as armas nucleares da Península Coreana. Antes do encontro,
Seul já havia desligado seus alto-falantes. Em resposta, Pyongyang
interrompeu suas próprias transmissões. "Nós vemos isso como o
primeiro passo mais fácil para construir uma confiança militar", disse
Choi Hyun-soo, porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul.
"Estamos esperando a implementação do Norte." Relações com Pequim Enquanto
isso, Kim deve se encontrar com o ministro do Exterior da China, Wang
Yi, em Pyongyang, na quarta e quinta-feira, anunciou o governo chinês
nesta segunda-feira. A China é o único grande aliado da Coreia do
Norte, mas recentes sanções econômicas impostas por Pequim devido aos
testes de mísseis de Pyongyang causaram uma queda no comércio entre os
dois países. Alguns observadores sugeriram que essa situação levou
à decisão da Coreia do Norte de se abrir diplomaticamente. No mês
passado, Kim fez sua primeira visita a Pequim desde que assumiu o poder
na Coreia do Norte, em 2011. O histórico encontro com Moon foi apenas
sua segunda cúpula com um líder estrangeiro.
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