A sessão extraordinária da Segunda Turma do STF, realizada
nesta terça (26) deixou patente à sociedade o isolamento do ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no colegiado. Ele foi vencido por 3 a
1, derrotado por Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski em
quatro casos ontem, inclusive o da libertação de José Dirceu. A
sequência de 17 derrotas em 37 votações na Turma sobre a Lava Jato,
desde abril, explica o fato do relator ter retirado da pauta a votação
de recurso poderia libertar Lula. O clima no STF é tenso e, com a
sequência de votações, consolida-se a imagem de traidor em Fachin. Antes
de chegar ao STF, ele era advogado de movimentos sociais, especialmente
do MST, e teve apoio de João Pedro Stédile para sua indicação. Ao lado
de Temer e Palocci, compõe a trinca dos traidores-símbolos do golpe de
Estado de 2016. Durante as votações de ontem Fachin se mostrou visivelmente
contrariado com as posições dos colegas, em meio a clima de grande
tensionamento e divisão no STF. A corte está polarizada entre os
"garantistas", liderados por Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, que
passaram a defender as prerrogativas constitucionais nos últimos meses,
depois de dois anos de apoio ao golpe de Estado, e os "punitivistas",
liderados por Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Fachin. O cenário é de grande instabilidade na corte. Espera-se que a partir
de setembro, quando Dias Toffoli assume a presidência do STF e com isso
afaste-se da Segunda Turma, ela volte a ser um colegiado de perfil
punitivista, com o retorno de Cármen Lúcia, que comporá a bancada com
Fachin e Celso de Mello, contrapondo-se a Mendes e Lewandowski. O caso de Fachinn tem causado espanto. Gleisi Hoffmann falou sobre
ele ao fim do histórico discurso ("Quem vai me pedir desculpas?") no dia
26 de junho no Senado depois que sua inocência foi reconhecida pelo
STF. Veja:
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