O golpe do mercado deu ruim; é o salve-se quem puder



O golpe de 2016 deu ruim. Foi uma operação de mercado e do "mercado", que é a reunião dos ricos, banqueiros, rentistas e especuladores de toda sorte e adora deu ruim pra valer.

O que estamos assistindo nos últimos dias é o derretimento de todo o projeto da elite branquinha representada pelo "príncipe" FHC e o mergulho do país numa crise sem precedentes.
O delírio de Pedro Parente, dos tucanos e das petroleiras internacionais na Petrobras levaram o país à paralisia por mais de uma semana, com efeitos que devem se prolongar pelos próximos meses.
A rapinagem dos banqueiros e rentistas, dentre estes toda a elites do Executivo, Judiciário e Legislativo quebrou o Estado, fazendo-o sangrar R$ 1,2 bilhão/dia útil para fazer frente aos juros da dívida pública.
A voracidade dos ricos, que tomaram os recursos do Estado para si com os juros da dívida e toda sorte de subsídios, isenções tributárias, perdões e o roubo puro e simples levou o país a ter mais de 13 milhões de desempregados, à explosão dos subempregos, à destruição das redes de proteção dos pobres e ao colapso de toda a área social do governo.
Agora, eles mesmos, os golpistas que colocaram o patético Temer no poder, buscam saídas ainda mais extremas para arrancar os poucos ovos de ouro da galinha que está exangue.
O "mercado" simula estar panicado e começa a operar contra o governo: no início da tarde desta quinta (7) a Bolsa mergulha 5% depois de quedas sucessivas nos últimos dias e o dólar é negociado a R% 3,95, apesar dos esforços desesperados do Banco Central.
Chegamos a isso. O país à beira de uma crise cambial que será devastadora. Ontem, um dos maiores "gurus" econômicos globais, o egípcio Mohamed El-Erian, escreveu em seu perfil no twitter que depois de Argentina e Turquia, o Brasil será o próximo a enfrentar um furacão no mercado de câmbio. Mas ele explicou aos neófitos que a crise é sempre uma oportunidade para os grandes especuladores ("investidores"). Ele explicou que os muito ricos estão agora brincando de gato e rato com o Banco Central do golpe: "sua capacidade de resposta está sendo monitorada de perto por investidores nacionais e estrangeiros".
Afundaram o país para tirar o PT do poder mas, mesmo na derrocada, continuam a "operar" para acumular mais e mais.
Enquanto isso, os "investidores" (os ricos, para pode escrever sem aspas) começam a olhar para o futuro e já se conformam em abandonar o querido navio tucano para embarcar na canoa de Bolsonaro. A XP Investimentos (que pertence ao Banco Itaú, ressalte-se) acaba de divulgar uma enquete com essa turma: 48% dos "investidores" agora acham que Bolsonaro vencerá a eleição -em abril 48% apostavam em vitória de Alckmin (sabe-se lá qual a razão desta crença).
A crise é brutal, o golpe do "mercado" deu ruim; o clima entre eles é de salve-se quem puder. O povo que se exploda.

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Mauro Lopes
Brasil 247

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