É impossível controlar a fidelidade do(a) parceiro(a) ?



Sérgio, 38 anos, é casado com Rita há 12. Ela lhe liga várias vezes ao dia, temendo que ele saia com outra mulher. Não admite, em hipótese nenhuma, o celular do marido desligado ou sem bateria. Para impedir essa desculpa, ela pessoalmente o põe para carregar todas as noites. Nada disso, entretanto, impede que Sérgio passe diariamente na casa de Vilma, sua namorada há três anos, e fique lá por duas horas.

Como sua mulher só acorda por volta de 9.30h, Sérgio se organizou de forma eficiente. Sai de casa sempre às 7h, enquanto ela ainda dorme. Rita está convencida de que há muito trabalho no escritório dele e aceita o fato com tranquilidade. Quando acorda e inicia o controle sobre o marido, ligando de meia em meia hora. Ele, feliz, aguarda o encontro do dia seguinte com Vilma.
De uma maneira geral, numa relação estável as cobranças de fidelidade são constantes e é natural sua aceitação. Severa vigilância é exercida sobre os parceiros. O medo de ficar sozinho é tanto, que é difícil encontrar quem aceite que a única coisa que importa numa relação é a própria relação, os dois estarem juntos porque gostam da companhia um do outro e fazerem sexo porque sentem prazer.
Entretanto, o controle da fidelidade da mulher sempre foi a maior preocupação para a maioria dos homens. O pintor espanhol Pablo Picasso não usava cinto de castidade para controlar a fidelidade de suas mulheres, mas utilizava outras formas eficazes de controle. Convidou Fernanda à sua casa para posar como modelo e a pinta com um gato. Ficam juntos nove anos. Temendo perder Fernanda, Picasso escondia-lhe os sapatos de modo que ela não poderia sair de casa. No fim, ela se apaixonou por um pintor italiano Ubaldo Oppi e fugiu com ele.
Esses fatos são vistos por nós com humor, como coisa do passado. Contudo, na contramão da evolução das mentalidades, há alguns indicadores que apontam para maior vigilância por parte de alguns maridos. Um kit doméstico para teste de infidelidade de U$ 49,95, o CheckMate, que testa manchas de sêmen, fez grande sucesso nos EUA e na Europa, vendendo mais de mil unidades por semana.
Brad Holmes, diretor de marketing do produto, afirma que quase 85% dos seus clientes nos EUA são homens: “O estereótipo da esposa submissa casada com o marido traidor está ultrapassado”, diz ele. “Parece que agora a mesa virou. As mulheres estão traindo como loucas.”
Acredito que ninguém deveria ficar preocupado em controlar o parceiro (a) ou tentar descobrir se transa ou não com outra pessoa. Homens e mulheres só deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: Sinto-me amado (a)?; Sinto-me desejado (a)? Se a resposta for Sim para as duas, o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito. Não tenho dúvida de que as pessoas sofreriam menos e, por isso, viveriam bem mais satisfeitas.

Regina Navarro Lins
blogosfera UOL

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