O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) é o único presidenciável com escolta da Polícia Federal. Desde o início da campanha, ele é acompanhado por até 30 agentes que se dividem em dois ou três turnos, conforme apuramos. Por razões de segurança, a PF não costuma divulgar quantos policiais estão à disposição em cada ato político do candidato.
Além desses PFs, há ainda policiais militares da reserva (vários deles militantes do PSL) que ajudam na segurança de Bolsonaro.
Foi
o próprio candidato que solicitou essa escolta policial. E, como
concorrente à presidência, ele tem direito a receber esse
acompanhamento. Em outras ocasiões, Bolsonaro já afirmou estar sob o
“máximo risco de morte”. Em todas as cidades pelas quais passa, costuma
fazer os deslocamentos por terra em viaturas da PF.
Na carreata realizada na quarta-feira em cidades satélites do Distrito Federal,
o EL PAÍS identificou ao menos dez policiais em sua escolta. No ato,
enquanto ele estava em um dos trios elétricos que atravessaram as
cidades de Taguatinga e Ceilândia uma policial feminina ficava o tempo
inteiro atrás do candidato. Outros quatro cuidavam para que galhos de
árvores não tocassem em sua cabeça e miravam as pessoas que estavam ao
redor dele para tentar identificar qualquer ameaça. Havia ainda ao menos
mais dois que se alternavam correndo a pé atrás do veículo no qual
Bolsonaro estava. E outros três dirigiam veículos nos quais o candidato e
sua equipe se deslocavam.
Apesar de estar sempre monitorado, o candidato vive
em constante desconfiança. Nessa carreata de quarta-feira, um de seus
filhos, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), estendeu a
mão pelas costas de Jair e lhe deu uma garrafa de água mineral aberta
para que ele se hidratasse. Antes de beber, o presidenciável olhou
novamente de onde tinha vindo a garrafa e só a levou à boca depois que
Eduardo lhe disse: "Pode beber, não está batizada, não".
Em Juiz de Fora, quando foi esfaqueado, boa parte
de seus seguranças fazia a sua proteção, segundo aliados dele. Mas como
esse era um ato no meio de uma multidão, o controle sobre quem se
aproximava do candidato é mais difícil. “Quando você está entre 5.000 ou
10.000 pessoas, como estava em Juiz de Fora, é difícil controlar”,
alertou o deputado Fernando Francischini (PSL-PR), que é delegado da
Polícia Federal.
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Afonso Benites
Brasília
El País
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