Facebook removeu 1 bilhão de contas falsas antes de eleições



O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou nesta quinta-feira (13/09) que, em seis meses, a plataforma removeu um bilhão de perfis falsos, como parte de um esforço da companhia para evitar interferência em eleições mundo afora através da rede social.

Em nota publicada em seu perfil no Facebook, Zuckerberg delineou uma série de medidas tomadas por sua equipe para proteger a plataforma de pessoas que "abusam de seus serviços" por meio de campanhas de desinformação e de manipulação visando interferir em processos eleitorais.
"Um de nossos esforços mais importantes é encontrar e remover contas falsas", disse o empresário. "Com avanços na técnica de machine learning [aprendizado de máquina], construímos sistemas que bloqueiam milhões de contas fakes todos os dias."
Entre outubro de 2017 e março deste ano, foram 1 bilhão de perfis removidos no total. Segundo Zuckerberg, a grande maioria deles foi deletada minutos após terem sido criados, "antes que pudessem fazer algum mal".
"Os números são tão altos porque nossos adversários usam computadores para criar contas falsas em massa. E enquanto estamos melhorando rapidamente nossa capacidade de detectá-los e bloqueá-los, ainda é muito difícil identificar os atores mais sofisticados", argumentou. "[São] sofisticados e bem financiados. Eles não vão desistir e vão continuar evoluindo."
Diante desse desafio, o Facebook tem multiplicado o número de funcionários que trabalham no setor de segurança e proteção, passando de 10 mil pessoas no ano passado para mais de 20 mil contratados neste ano, informou o presidente da companhia.
Segundo ele, esses perfis falsos costumam interagir em postagens ou eventos criados por contas legítimas, gerando a impressão de que elas possuem um apoio muito maior do que realmente têm.
Como exemplo, Zuckerberg contou que a plataforma identificou e removeu recentemente uma série de perfis falsos envolvidos na promoção de um evento legítimo no Facebook, acerca de um protesto, alegando que eles participariam do ato e incentivando outros a fazerem o mesmo.
O empresário ainda voltou a admitir que a empresa não foi capaz de conter devidamente os grandes esforços de influência nas mídias sociais nas eleições americanas de 2016, mas reiterou que "hoje o Facebook está melhor preparado para esse tipo de ataque".
Campanhas de desinformação foram descobertas em vários países, entre eles o Brasil. "Nós derrubamos recentemente uma rede de contas no Brasil que estava escondendo sua identidade e espalhando desinformação antes das eleições presidenciais do país em outubro", escreveu.
Ele provavelmente se referia a uma rede composta por 196 páginas e 87 perfis pessoais, que foi retirada do ar em julho deste ano por violar as políticas de autenticidade da companhia – as normas da plataforma ditam que ela não pode ser usada por identidades falsas ou para a disseminação de spams e fake news.
Em nota divulgada na época, o Facebook disse que essas contas "escondiam das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação". Entre os envolvidos estavam páginas ligadas a apoiadores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e ao Movimento Brasil Livre (MBL).

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EK/AFP/OTS
DW

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