O Brasil que vai às urnas em 2018 é bem diferente do país de 2014. Indicadores como desemprego e Produto Interno Bruto (PIB) mostram que, há quatro anos, a crise não estava tão presente na vida do brasileiro como está atualmente, às vésperas de um dos pleitos mais conturbados da história do país.
De acordo com um estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atualmente, 11,2% da população brasileira, ou seja, 23,3 milhões de pessoas, um número maior do que a população do Chile, por exemplo, vive abaixo da linha de pobreza (232 reais por mês). A miséria subiu 33% entre 2014 e 2017, quando surgiram 6,3 milhões de novos pobres.
"O ano de 2014 era o período pré-crise, e o governo não mediu esforços em termos de gastos para promover um quadro econômico mais atraente do ponto de vista do eleitor", diz o economista Mauro Rochlin, da FGV. "Hoje, o país chega às vésperas da eleição presidencial mais pobre e com mais desempregados após dois anos consecutivos de recessão econômica."
Desemprego
Desde a primeira década de 2000, o mercado de trabalho mostrava uma recuperação na capacidade de geração de empregos, e o país caminhava para o chamado "pleno emprego", acompanhado ainda do crescimento médio da renda dos trabalhadores. Mas, em 2014, chegou o primeiro sinal forte de que as coisas não iam bem: o país abriu apenas 623 mil empregos formais – uma redução de 58% frente ao ano anterior, quando haviam sido criadas 1,49 milhão de vagas. O resultado de 2014 foi o pior desde 1999.
Produto Interno Bruto (PIB)
Em 2014, a economia já estava em ritmo de desaceleração após as altas de 7,5% (em 2010), 4% (2011), 1,9% (2012) e 3% (2013). Segundo analistas, a origem da crise se deu pelo fato de, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, o governo aumentar excessivamente os gastos, gerando o aumento da dívida pública. Por outro lado, incentivou-se o consumo das famílias e, em 2014, elas já estavam endividadas e freando o consumo. Mesmo assim, a economia registrou uma alta de 0,5%.
Inflação
Em 2014, a inflação de 6,41% foi levemente mais alta em comparação aos 5,91% do ano anterior por causa do aumento dos preços de alimentos e da habitação. Já em 2015, o índice chegou a 10,67%, bem acima da meta do governo de 6,5%. Entre os vilões da grande alta estavam os chamados "preços administrados" (como energia elétrica e combustíveis), que o governo segurou artificialmente nos anos anteriores e que tiveram seus valores reajustados por Dilma Rousseff após vencer a reeleição.
Dólar
A cotação da moeda americana subiu 12,78% ao longo de 2014, fechando em R$ 2,659. Os principais motivos eram as preocupações e incertezas agravadas pelo cenário eleitoral e pela indefinição do panorama político, o que deixou na época os investidores inseguros. Após a reeleição de Dilma Rousseff, os investidores se voltaram para a nova equipe econômica anunciada pela presidente no final de novembro e para quais seriam as medidas que seriam adotadas no segundo mandato.
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DW
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