O futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da
reserva Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira que não considera uma
derrota do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro a aprovação pelo
Senado de uma proposta que aumenta o salário dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, mas destacou que há uma preocupação com o impacto da
medida para os cofres públicos. “Não é derrota, é preocupação. É preocupação até pelos gastos que
foram anunciados, mas isso tem que ser bem estudado, não dá para fazer
essa avaliação aqui, tem que avaliar principalmente o doutor Paulo
Guedes (futuro ministro da Economia), avaliar qual é o impacto”, disse
Heleno ao chegar ao apartamento funcional de Bolsonaro, que ainda é
deputado federal, em Brasília, para uma reunião com parlamentares. O
reajuste dos ministros do STF e da Procuradoria-Geral da República,
aprovados na noite de quarta pelo Senado, tem impacto bilionário para os
cofres públicos, uma vez que gera um efeito cascata em toda a
magistratura e Ministério Público da União e também porque aumenta o
teto de quanto um servidor público pode ganhar no país. Os
vencimentos, reajustados em 16,38 por cento, serão elevados dos atuais
33,7 mil reais por mês para 39,2 mil reais a partir de 2019, já no
governo Bolsonaro. Horas antes da aprovação da medida no Senado, o
presidente eleito chegou a alertar que “não é o momento” para conceder
aumentos salariais, apontando que o país atravessa grave crise fiscal. Um
dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro, o general Heleno não quis
opinar sobre a decisão do Senado. “Está fora do meu espectro, prefiro
não me pronunciar, fica no nível presidente da República. O próprio
presidente Temer parece que tem que sancionar”, limitou-se a dizer.
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