Amamentação não torna crianças mais inteligentes, diz estudo



A amamentação é uma prática essencial para mães e bebês, mas não tem relação direta com fatores como a inteligência ou comportamento dos filhos. É o que defende um estudo realizado na University College Dublin, publicado na revista científica Pediatrics. Aspectos como a escolaridade da mãe e classe social da família seriam, segundo os pesquisadores, mais determinantes para a personalidade e desenvolvimento intelectual das crianças.

Foram analisadas crianças de 3 e 5 anos, de 8 mil famílias irlandesas. O objetivo era traçar paralelos entre a amamentação por no mínimo seis meses, tempo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e aspectos do desenvolvimento da criança, como linguagem, cognição e comportamento social.
As mães forneceram informações por meio de um questionário, que perguntava sobre a idade em que as crianças começaram e deixaram de ser amamentadas e o momento em que elas passaram a receber outros alimentos. Em geral, as que receberam leite materno por mais de 6 meses apresentaram melhores resultados em testes de vocabulário e solução de problemas. Elas também tinham menos problemas de comportamento, de acordo com a análise fornecida pelos pais e professores.
Para a análise final, o desempenho das crianças nos testes foi relacionado a outras características da família, como escolaridade e classe social das mães. Antes de serem considerados tais fatores, o tempo maior de amamentação se associava aos melhores resultados em quase todos os critérios. No entanto, quando os aspectos familiares foram considerados, o panorama foi bem diferente.
Dos 13 diagnósticos, apenas 1 apresentou alterações significantes, que efetivamente puderam ser atribuídas como decorrentes da amamentação. Foi comprovado que crianças de 3 anos que foram se alimentaram de leite materno por mais tempo eram menos hiperativas do que as outras na mesma idade. No entanto, não foi observada correspondência desse comportamento nas crianças de 5 anos que também foram amamentadas por mais tempo. Isso sugere que esses potenciais ganhos tendem a não se manter uma vez que a criança inicia sua trajetória escolar, reafirmando a influência modesta da amamentação e a maior representatividade de fatores ligados à estrutura familiar.


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Guilherme Eler
Super

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