Empatia demais pode fazer mal, diz estudo



Empatia é essencial para as relações humanas. Sem conseguir se colocar no lugar do outro, qualquer interação social seria mais difícil. Mas novos estudos mostram que quem tem uma percepção muito aguçada das emoções alheias corre o risco de se estressar mais.

Ser capaz de reconhecer quando outras pessoas estão chateadas, animadas ou irritadas é considerada uma habilidade importante para a inteligência emocional. Mas um estudo da Escola de Administração de Frankfurt encontrou o lado negativo dessa “esperteza”.
Os pesquisadores reuniram 166 universitários homens. Primeiro, mediram a tal inteligência emocional, pedindo que eles reconhecessem emoções – de alegria a nojo – em fotografias de pessoas que nunca tinham visto antes.
Na fase 2 do estudo, cada rapaz era convidado a dar uma palestra profissional em frente a um painel de juízes (que foram instruídos a olhar para eles com um aspecto bem severo). Antes e depois do sufoco, os cientistas mediram a concentração de cortisol – o hormônio do estresse – na saliva de cada participante.
O que os pesquisadores descobriram é que quem era mais emocionalmente perceptivo – ou seja, conseguia perceber as emoções alheias com mais precisão – também apresentou níveis mais altos de cortisol na saliva depois da palestra. O hormônio aumentava mais durante a apresentação e demorava mais tempo para voltar ao normal, deixando o corpo deles em “estado de alerta” por longos períodos.
Como o estudo tinha uma amostra limitada, é difícil afirmar que essa reação é de fato universal. Mesmo assim, os resultados dão indícios de que essa “conexão” com a emoção alheia nos torna mais sensíveis a elas. O risco da empatia em excesso, nesse caso, é que de alguma forma nos sentimos responsáveis pelo que os outros sentem – o que pode ser especialmente difícil ao palestrar para desconhecidos mal encarados.

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Ana Carolina Leonardi
Super

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