Estudo aponta de onde veio o coronavírus que circula no Brasil



Um novo estudo sobre a Covid-19 traçou as origens das cepas do novo coronavírus que circulam pelo Brasil. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que trabalham no sequenciamento do genoma do vírus descobriram que ele entrou em terras brasileiras por diversos pontos. Segundo o estudo, as cepas do país se assemelham às encontradas na Europa, América do Norte e Oceania.

A identificação foi feita durante o desenvolvimento de um novo protocolo para o sequenciamento do coronavírus, em uma parceria do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) com a University College London, no Reino Unido. Os pesquisadores decodificaram 18 genomas completos em amostras de pacientes de cinco estados: Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Os dados foram inseridos na plataforma Gisaid, que compartilha informações de genomas dos vírus Influenza, Sincicial Respiratório e Sars-CoV-2 e já tem 35 mil sequências genômicas do novo coronavírus. 
A pesquisadora Paola Cristina Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, responsável pelo desenvolvimento do novo protocolo de sequenciamento genético, disse que as diferenças encontradas no vírus ao redor do mundo ainda são pequenas. “Como esse vírus circula há pouco tempo em humanos, ele acumulou um número pequeno de mutações e os genomas são muito parecidos em todo o mundo. Entre cerca de 30 mil bases que compõem o RNA (material genético) do novo coronavírus, observamos que poucas bases diferenciam uma cepa da outra”, explicou.
Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, destaca que acompanhar a evolução viral ao longo do tempo é importante para monitorar as variações que levam a casos mais graves da doença. "Além de traçar as rotas de dispersão no mundo e no interior do país, a vigilância genômica integrada à vigilância epidemiológica é necessária para monitorar a ocorrência de variações genéticas que podem estar associadas à gravidade da doença ou à resistência a medicamentos", afirmou.

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Agência Brasil
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