Coluna do Luiz Vanderlei Rodrigues - Dia 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes


Prezados leitores de nossa coluna, no dia 14 de novembro celebra-se o Dia Mundial do Diabetes.
Neste dia ao redor do mundo, monumentos, prédios públicos e empresas serão iluminados na cor azul para marcar a data.
Aqui no Brasil várias associações médicas e de pacientes estarão promovendo ações como exames gratuitos, distribuição de cartilhas
informativas e alimentos saudáveis.

Uma lista com a programação principal está disponível no site:
http://www.diabetes.org.br/temas-atuais-sbd/1289-projeto-implantacao-das-atividades-do-dia-mundial-do-diabetes-2016
E maiores informações tambem são encontradas na página dedicada ao dia
Mundial do Diabetes no facebook:
https://www.facebook.com/diamundialdodiabetes/

Prezado leitor leia a matéria a seguir com atenção, pois é de extrema
importáncia para a tua saúde!

O que é Diabetes?

O Diabetes mellitus tornou-se uma epidemia mundial, é uma patologia de
grandes proporções e cresce o número de casos muito rapidamente.
Vê-se a necessidade de expandir estas informações tanto para
profissionais da área de saúde quanto para a população em geral, a fim
de se ampliar o conhecimento de todos, e garantir aos diabéticos
melhores cuidados.

Foi divulgado, recentemente no site da Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD), o novo número de pacientes com diabetes no Brasil que
chega a mais de 12 milhões.
Os dados são resultado da atualização dos números do Censo de
Diabetes, do final da década de 80, baseado no Censo IBGE 2010.
O levantamento e a atualização foram feitos pelo editor-chefe do site,
Dr. Laerte Damasceno.
De acordo com a publicação no site da SBD, o professor Titular da
Disciplina de Endocrinologia da UNIFESP, Antonio Roberto Chacra,
declarou que esse número deve ser divulgado, e se tornar um tipo de
referência para os pacientes com diabetes no Brasil.
Já a professora Sandra Roberta Ferreira Vívolo, Titular da Faculdade
de Saúde Pública, da USP e Coordenadora do Departamento de
Epidemiologia da SBD, acredita que a iniciativa tomada pelo Dr. Laerte
deve ser um marco no diálogo sobre número quando o assunto é diabetes
mellitus (DM).
O presidente da SBD, Dr. Balduino Tschiedel, afirmou que a partir de
agora 12 milhões será o número oficial de pacientes com diabetes no
Brasil e que esse número será o utilizado pela Sociedade Brasileira de
Diabetes.

                Diabetes Mellitus:
O Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da
glicose no sangue (hiperglicemia), pode ocorrer devido a defeitos na
secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas,
pelas chamadas células beta.
A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as
células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as
diversas atividades celulares.
A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em
acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Classificação do Diabetes
Sabemos hoje que diversas condições que podem levar ao diabetes, porém
a grande maioria dos casos está dividida em dois grupos:
Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2.

Diabetes Tipo 1 (DM 1):
Essa forma de diabetes é resultado da destruição das células beta
pancreáticas por um processo imunológico, ou seja, pela formação de
anticorpos pelo próprio organismo contra as células, beta levando a
deficiência de insulina.
Nesse caso podemos detectar em exames de sangue a presença desses
anticorpos que são: ICA, IAAs, GAD e IA-2.
Eles estão presentes em cerca de 85 a 90% dos casos de DM 1 no momento
do diagnóstico.
Em geral costuma acometer crianças e adultos jovens, mas pode ser
desencadeado em qualquer faixa etária.
O quadro clínico mais característico é de um início relativamente
rápido (alguns dias até poucos meses) de sintomas como:
• Sede
• Diurese
• Fome excessivas
• Emagrecimento
• Cansaço
• Fraqueza.
Se o tratamento não for realizado rapidamente, os sintomas podem evoluir para:
. Desidratação severa
. Sonolência
. Vômitos
. Dificuldades respiratórias
. Coma.
Esse quadro mais grave é conhecido como Cetoacidose Diabética e
necessita de internação para tratamento.

Diabetes Tipo 2 (DM 2):
Nesta forma de diabetes está incluída a grande maioria dos casos
(cerca de 90% dos pacientes diabéticos).
Nesses pacientes, a insulina é produzida pelas células beta
pancreáticas, porém, sua ação está dificultada, caracterizando um
quadro de resistência insulínica.
Isso vai levar a um aumento da produção de insulina para tentar manter
a glicose em níveis normais.
Quando isso não é mais possível, surge o diabetes.
A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas: sede, aumento da
diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros - podem demorar
vários anos até se apresentarem.
Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um
quadro grave de desidratação e coma .
Ao contrário do Diabetes Tipo 1, há geralmente associação com aumento
de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos a partir dos 50
anos.
Contudo, observa-se, cada vez mais, o desenvolvimento do quadro em
adultos jovens e até crianças.
Isso se deve, principalmente, pelo aumento do consumo de gorduras e
carboidratos aliados à falta de atividade física.
Assim, o endocrinologista tem, mais do que qualquer outro
especialista, a chance de diagnosticar o diabetes em sua fase inicial,
haja visto a grande quantidade de pacientes que procuram este
profissional por problemas de obesidade.

Outros Tipos de Diabetes:
Outros tipos de diabetes são bem mais raros e incluem defeitos
genéticos da função da célula beta (MODY 1, 2 e 3), defeitos genéticos
na ação da insulina, doenças do pâncreas (pancreatite, tumores
pancreáticos, hemocromatose), outras doenças endócrinas (Síndrome de
Cushing, hipertireoidismo, acromegalia) e uso de certos medicamentos.

Diabetes Gestacional:
Atenção especial deve ser dada ao diabetes diagnosticado durante a gestação.
A ele é dado o nome de Diabetes Gestacional.
Pode ser transitório ou não e, ao término da gravidez, a paciente deve
ser investigada e acompanhada.
Na maioria das vezes ele é detectado no 3º trimestre da gravidez,
através de um teste de sobrecarga de glicose.
As gestantes que tiverem história prévia de diabetes gestacional, de
perdas fetais, má formações fetais, hipertensão arterial, obesidade ou
história familiar de diabetes não devem esperar o 3º trimestre para
serem testadas, já que sua chance de desenvolverem a doença é maior.

Como Posso Saber se Estou com diabetes?
O diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas e, caso
positivo, deve ser confirmado em outra ocasião.
São considerados positivos os que apresentarem os seguintes resultados:
1) glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de 8 horas)
2) glicemia casual (colhida em qualquer horário do dia, independente
da última refeição realizada (> 200 mg/dl em paciente com sintomas
característicos de diabetes.
3) glicemia > 200 mg/dl duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose.
Existem ainda dois grupos de pacientes, identificados por esses mesmos
exames, que devem ser acompanhados de perto pois tem grande chance de
tornarem-se diabéticos.
Na verdade esses pacientes já devem ser submetidos a um tratamento
preventivo que inclui mudança de hábitos alimentares, prática de
atividade física ou mesmo a introdução de medicamentos. São eles:
1) glicemia de jejum > 110mg/dl e < 126 mg/dl.
2) glicemia 2 horas após sobrecarga de 75 gr de glicose oral entre 140
mg/dl e 200 mg/dl
O diagnóstico precoce do diabetes é importante não só para prevenção
das complicações agudas já descritas, como também para a prevenção de
complicações crônicas.

A Importância do Acompanhamento Médico
É importante que o paciente compareça às consultas regularmente,
conforme a determinação médica, nas quais ele deverá receber
orientações sobre a doença e seu tratamento.
Só um especialista saberá indicar de forma correta:
• A orientação nutricional adequada,
• Como evitar complicações,
• Como usar insulina ou outros medicamentos,
• Como usar os aparelhos que medem a glicose (glicosímetros) e as
canetas de insulina,
• Fornecer orientações sobre atividade física,
• Fornecer orientações de como proceder em situações de hipo e de hiperglicemia.
Esse aprendizado é fundamental não só para o bom controle do diabetes
como também para garantir autonomia e independência ao paciente.
É muito importante que ele realize suas atividades de rotina, viajar
ou praticar esportes com muito mais segurança.
É importante o envolvimento dos familiares com o tratamento do
paciente diabético, visto que, muitas vezes, há uma mudança de
hábitos, requerendo a adaptação de todo núcleo familiar.

Por que Tratar a Hiperglicemia?
A hiperglicemia é a elevação das taxas de açúcar no sangue e que deve
ser controlada.
Sabe-se que a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a
lesões da microcirculação, lesando e prejudicando o funcionamento de
vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração.
Os pacientes que conseguem manter um bom controle da glicemia têm uma
importante redução no risco de desenvolver tais complicações como já
ficou demonstrado em vários estudos científicos.
Pacientes com Diabetes Tipo 2 não diagnosticado tem risco maior de
apresentar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença
vascular periférica do que pessoas que não têm diabetes.
Isso reforça a necessidade de um diagnóstico precoce que permita
evitar tais complicações.

A Automonitorização
Para obter um melhor controle dos níveis glicêmicos, não basta o
paciente apenas acreditar que está fazendo tudo corretamente ou ter a
sensação de estar sentindo-se “bem”.
É necessário monitorar, no dia-a-dia, os níveis glicêmicos.
Para isso, existem modernos aparelhos, os glicosímetros, de fácil
utilização e que nos fornecem o resultado da glicemia em alguns
segundos.
Siga as orientações do seu médico quanto ao número de testes que deve
ser realizado.
O objetivo desse controle não é só corrigir as eventuais
hiperglicemias que ocorrerão, mas também tentar manter a glicemia o
mais próximo da normalidade, sem causar hipoglicemia.
Quanto melhor o controle, maior o risco de hipoglicemia, daí a
importância também da monitorização da glicemia mais vezes tanto para
evitar a hipo, como também para que não se coma em excesso na correção
dela, o que invalidaria os esforços para manter o controle.
A monitorização permite que o paciente, individualmente, avalie sua
resposta aos alimentos, aos medicamentos (especialmente à insulina) e
à atividade física praticada.

Exames de Rotina
De acordo com a necessidade, as consultas devem ser mensais,
bimestrais ou trimestrais, com eventuais contatos por telefone ou fax,
com envio da monitorização glicêmica.
Nas consultas são solicitados os exames que devem incluir a glicemia,
a hemoglobina glicada trimestral (que dá a média da glicemia diária
nos últimos 2 a 3 meses), função renal anual (uréia, creatinina,
pesquisa de micralbuminúria), perfil lipídico anual ou semestral,
avaliação oftalmológica anual, avaliação cardiológica.
Os demais exames devem ser solicitados de acordo com a necessidade
individual do paciente.


Fonte:
http://www.endocrino.org.br/

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