Mesmo que superficialmente, você faz ideia de como funciona um
computador – ele reage a impulsos elétricos e processa informações
usando um sistema binário de dados. Há algum tempo cientistas estão
tentando aplicar uma lógica parecida em células humanas para criar um
biocomputador e substituir a fiação e impulsos elétricos por reações
químicas. E agora, pesquisadores da ETH Zurich e da Universidade de Basel, desenvolveram um protótipo promissor. Para isso, foram usadas nove culturas de células humanas (grupos de
células desenvolvidos em ambientes controlados), organizadas em redes
para reagir a diferentes estímulos químicos, funcionando como um pequeno
circuito. O biocomputador realizou cálculos matemáticos simples e
outras operações rudimentares. Se o desenvolvimento dessa tecnologia
seguir conforme o planejado, é provável que num futuro não muito
distante possamos implantar estes computadores em nossa pele e
programá-los para nos ajudar, por exemplo, a dizer se estamos doentes. Em 2016, a Universidade de Lund também criou um biocomputador
que se alimenta de proteínas para gerar energia e, no ano passado a
startup Cell-Free Technology usou o DNA de águas-vivas para gerar telas
com biopixels luminosos.
Todas essas tecnologias podem trabalhar em conjunto para que, no
futuro, tenhamos computadores tão vivos quanto nós em nossas casas. Pode parecer esquisito, mas é só lembrar que o nosso corpo, de certa
forma, já funciona como um computador. Respondemos a estímulos
constantes automaticamente, e nossos cérebros armazenam e gerenciam
dados. Nada mais natural, então, que forneçamos matéria-prima para
hardwares à nossa imagem e semelhança.
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