A Bíblia é considerada um livro sagrado por todas as correntes do
Cristianismo. Muitas pessoas acreditam, inclusive, que, em suas páginas,
é possível encontrar um guia moral para viver a vida segundo a vontade
do Senhor. No entanto, por ser um livro escrito por vários autores em
épocas muito distantes umas das outras, é possível achar nela
contradições evidentes. No Antigo Testamento, por exemplo, fica bastante claro que
um dos Dez Mandamentos consiste em não roubar. Porém, no Evangelho de
Lucas, Jesus aparentemente convoca seus seguidores a roubar um asno em
nome de Deus. Cristãos defendem que Jesus instruiu seus discípulos já
sabendo que os donos do asno deixariam o animal ser levado
espontaneamente, tratando-se então de uma doação. A mesma passagem no
Evangelho de João é contada como se o asno tivesse sido achado por eles. Nos
versículos 1:25-26 do Gênesis, o texto afirma que Deus criou as bestas
da Terra e, em seguida, o homem, à sua imagem e semelhança. Entretanto,
nos versículos 2:18-19 do mesmo livro, a Bíblia afirma que, primeiro,
foi criado o homem e, depois, os animais, para que ele não se sentisse
sozinho. Em várias passagens dos Evangelhos, lê-se que
Jesus foi enviado à Terra para semear sua mensagem de paz, mas, em
Mateus 10:34, o Messias afirma: “Não penseis que eu vim para trazer paz à
Terra; não vim para trazer paz, mas a espada. Porque vim para colocar o
homem contra seu pai, a filha contra a mãe e a nora contra sua sogra”.
Cristãos rebatem a contradição dizendo que essa passagem seria, na
verdade, um alerta de que os seguidores de Cristo enfrentariam
animosidade até mesmo entre familiares, então eles deveriam estar
prontos para defender sua fé. O livro Deuteronômio
esclarece que nem pais nem filhos pagarão pelos pecados de sua família.
Mas em Isaías 14:21 diz-se que, ao contrário, os filhos irão direto para
o matadouro para pagar pelos erros de seus pais. Há,
também, no texto sagrado uma grande discrepância entre as últimas
palavras de Jesus Cristo: enquanto os Salmos rezam que ele tenha dito
“Meu Deus, porque me abandonaste?”, no Evangelho segundo Lucas, lê-se
que suas palavras finais foram “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” e
no Evangelho segundo João que foram, após beber um gole de vinagre,
“Está consumado!”.
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