Atualmente existe uma epidemia mundial de deficiência de vitamina D
(calciferol). Pesquisadores no mundo todo estudam os benefícios da
vitamina para a saúde. Pesquisas brasileiras mostram que mesmo em países
tropicais como o Brasil, a hipovitaminose D é prevalente. Um estudo
realizado pelos pesquisadores Silva, B.C.C, Camargos, B.M. e
colaboradores, publicado em 2008 na revista Arq Bras Endocrinol Metab,
avaliou 180 pacientes atendidos em ambulatório de endocrinologia em
Belo Horizonte e os pacientes tiveram os níveis de 25(OH) VD mensurados.
Os autores encontraram a prevalência de insuficiência de vitamina D na
população estudada = 42.4%, o que serviu para um alerta sobre a
importância de políticas de prevenção. Como a síntese de vitamina D é
dependente da exposição solar, países mais frios e com período de verão
mais curto apresentam maior prevalência de deficiência, comparados com
países tropicais. Quais as principais funções da vitamina D? - A participação no metabolismo do cálcio. A forma ativa da vitamina
D, 1.25(OH)₂D estimula a transcrição gênica dos receptores de ligação
do mineral cálcio, contribuindo com a saúde óssea, aumentando a
densidade óssea. - Estimula o sistema imune, participa na diferenciação de células precursoras de monócitos e linfócitos. - Ação anticancerígena (modulação de proliferação celular) - Tem influência na secreção de insulina, melhora a função das
células ß (beta) e a tolerância à glicose, favorecendo o controle
glicêmico de pacientes que apresentam diabetes. - Exerce influência na função muscular (aumento da força e redução de dores). - Atua na síntese e secreção de hormônios da tireoide. Quais os fatores de risco para a deficiência de vitamina D? - Pouca exposição à luz solar (UVB), confinamento em locais onde não há exposição à luz UVB - Deficiência alimentar - Envelhecimento (idosos apresentam menor eficiência na síntese cutânea) - Doenças que alteram o metabolismo da vitamina D (fibrose cística,
doenças do trato gastrointestinal, síndrome de má absorção,
hematológicas, renais, insuficiência cardíaca, imobilização) - Países de pouca insolação (alta latitude) - Pouca penetração da luz UVB durante o inverno na atmosfera - Uso de bloqueadores solares E as consequências dessa deficiência para o organismo? Crianças: O raquitismo é uma doença comum na infância e é
caracterizada por uma deposição insuficiente de fosfato de cálcio na
matriz óssea, deixando os ossos fracos Adultos: A deficiência de vitamina D pode resultar em
osteomalácia, osteoporose e contribuir para o desenvolvimento de alguns
tipos de câncer (mama, cólon, próstata, pâncreas), depressão, infecções,
problemas respiratórios Quais as fontes alimentares de vitamina D? Manteiga, queijos gordurosos, nata, gema de ovo, fígado, óleo de
fígado de peixes. Vale lembrar que a vitamina D não está presente em
quantidades suficientes em muitos alimentos. Dependendo da estação do
ano, as concentrações de vitamina D nesses alimentos acima podem ser
alteradas, sendo menores no inverno. A fortificação de alimentos com vitamina D pode ser uma solução para
as populações com risco de deficiência, como crianças e idosos. É
importante o cuidado para que a ingestão de alimentos não ultrapasse os
limites fixados de vitamina D. Qual a dosagem necessária de vitamina D ? A dosagem da vitamina sofrerá variação conforme a idade, o estado
fisiológico (gestantes, lactantes) e status nutricional. Assim, torna-se
necessária uma avaliação bioquímica associada ao estilo de vida para
determinar a necessidade da suplementação e dosagem correta. Qual a melhor suplementação nutricional? Sugere-se que a suplementação seja necessária para se evitar a
deficiência da vitamina D. No entanto, a quantidade, forma de
suplementar deverá ser fornecida após consulta com o seu médico e/ou
nutricionista, objetivando manter os níveis sanguíneos adequados. E o tratamento da hipovitaminose D? É realizado através da reposição oral de vitamina D, o que o torna
fácil e barato. No entanto, a quantidade, forma de suplementar deverá
ser fornecida após consulta com o seu médico e ou nutricionista,
objetivando manter os níveis sanguíneos adequados. No Brasil, a
exposição solar ocorre praticamente durante todo o ano, entretanto, com o
aumento da incidência de câncer de pele, os médicos dermatologistas têm
recomendado a utilização de protetores solares com fatores de proteção
muito altos, que podem limitar a biodisponibilidade da vitamina D. Por
esse motivo, é recomendável a avaliação de um médico dermatologista
quanto às orientações de exposição solar (melhores horários, uso de
protetor solar) O consumo excessivo pode ser tóxico? A vitamina D pode ser tóxica. Ingestões excessivas resultam em
hipercalcemia, levando a depósitos do mineral cálcio nos rins, artérias,
coração e pulmões. Por essa razão a suplementação deve ser cautelosa e
com acompanhamento.
viver bem veja Referências: Suplementação Funcional Magistral (dos
nutrientes aos Compostos Bioativos). VP editora,
2009. Biodisponibilidade de Nutrientes. COZZOLINO, S. Ed Manole,
2012. SILVA, B.C.C, CAMARGOS, B.M. e colaboradores. Revista Arq Bras
Endocrinol Metab, 2008; 52/3: 482-488. PREMAOR, M.O., FURTANETTO, T.W.
Hipovitaminose D em adultos: Entendendo Melhor a Apresentação de Uma
Velha Doença. Arq Bras Endocrinol Metab 2006; 50/1:25-37.
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