As cientistas políticas
Flávia Bozza Martins e Simone Cuber explicam, em entrevista ao site Nexo
Jornal, por que os candidatos outsiders desistem das eleições no meio
do caminho. Elas dizem que o cenário de incerteza exige que os
candidatos tenham jogo de cintura e que, mesmo sem concordar, ao menos
compreendam o modus operandi da cultura política. Para elas, o
escrutínio da mídia afugenta os mais fracos do ponto de vista do embate
público. "Estamos a poucos meses da eleição e
com um cenário de enorme incerteza política. A principal incerteza, que
é a presença de Lula na disputa [o ex-presidente é líder nas pesquisas,
mas deverá ter sua candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa],
definirá importantes estratégias dos candidatos. Em tempos de
transformação política – com descrédito dos políticos tradicionais,
internet, e novas regras de financiamento – reina a lógica de “cada um
por si”. Esse contexto requer dos políticos algum “jogo de cintura” já
presente em figuras que compreendem as normas formais e informais do
jogo político, a despeito da descrença perante a opinião pública. (...)Antes
de Barbosa, que atingia até 10% das intenções de voto, outro nome
novato já havia anunciado desistência. O apresentador de televisão
Luciano Huck – que chegou a aparecer com 12% em alguns cenários
propostos pelo Datafolha – disse, em fevereiro, que não concorreria. Com
a saída dos dois outsiders mais bem posicionados – Huck e Barbosa –
restam ainda alguns poucos pré-candidatos com perfil de novatos, sem que
tenham disputado eleição, entre as duas dezenas de nomes já
apresentados. Mas eles estão na casa do 1% nas pesquisas de intenção de
voto. Candidatos outsiders não são um fenômeno pequeno, ou apenas
brasileiro. No exterior, os exemplos mais conhecidos de outsiders são o
presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da França, Emmanuel
Macron. Ambos tiveram no atual mandato presidencial seu primeiro cargo
eletivo. Antes de vencer, Trump foi rejeitado dentro do próprio Partido
Republicano, onde era visto como um milionário personalista e
desconectado das estruturas tradicionais, e Macron criou um partido
novo, o En Marche, pelo qual concorreu e venceu". Leia mais no site do Nexo Jornal, aqui.
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