O presidente Donald Trump voltou a reafirmar que fará deportações em
larga escala de imigrantes indocumentados hoje (16). Durante uma reunião
com autoridades da cidade da Califórnia, Trump causou polêmica ao
chamar de "animais" um grupo de imigrantes ilegais membros da gangue
Marasalvatrucha "MS-13", organização criminosa que surgiu em Los Angeles
nos anos 1980 e que hoje atua internacionalmente, com ramos em diversas
partes dos Estados Unidos, Canadá, México, e América Central. “Temos muitas pessoas que entram ou que tentam entrar em nosso país
[...], estamos impedindo inúmeros deles de entrar e removendo muitos dos
que já estão aqui”. O comentário de Trump foi feito no contexto em que
ele dizia que são pessoas más. “Você não acreditaria o quão ruim são essas pessoas. Não são as
pessoas, são animais ... E nós estamos tirando-as para fora do país em
um nível nunca visto ”, disse. A gangue MS-13 é composta, em sua
maioria, por imigrantes latinos vindos da América Central,
principalmente de El Salvador. Trump afirmou que, devido à falta de uma legislação eficaz, estes
imigrantes voltam rapidamente. “Por causa das leis fracas, eles voltam
rápido, nós os detivemos, os libertamos, os interceptamos de novo,
depois os deportamos de novo”, falou e avisou: "´É uma loucura, temos as
leis de imigração mais burras do mundo e nós vamos cuidar disso". Na reunião, que teve a presença do procurador-geral, Jeff Sessions;
do secretário de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen; do diretor de
Imigração e Alfândega (ICE), Thomas Homan; e de representantes e das
chamadas cidades-santuário - aquelas que se opõem às ações mais
rigorosas contra indocumentados. Trump lembrou do caso de Kate Steinle, uma jovem norte-americana
assassinada por um jovem indocumentado que já tinha sido deportado cinco
vezes. Estado-santuário A Califórnia foi declarada, em outubro do ano passado, um
estado-santuário pelo governo local, que se opõe de maneira direta à
política migratória de Trump. Nova York, Chicago, Seattle, Austin,
Boston, Houston, San Francisco, Denver e Miami estão entre as
consideradas cidades santuário. Nelas, as autoridades locais têm se recusado a cooperar com agentes de imigração em casos de deportação. Na Califórnia por exemplo, foram aprovadas medidas que limitam ou
proíbem a cooperação a policial e oficiais de imigração. Durante a
reunião, Trump, Jeff Sessions e representantes da imigração afirmaram
que a limitação em vigor no estado acaba por interferir na segurança das
cidades, porque impede a obtenção de informações importantes, que
poderiam ajudar na prisão de criminosos que atuam dentro das comunidades
ilegais. Os membros da equipe de Trump criticaram, na reunião, a aplicação de
leis locais de proteção aos imigrantes indocumentados em cidades
santuário. Mas autoridades das cidades santuário afirmam que o combate à
criminalidade não se resolve com deportações em massa, o que provocaria
em realidade uma crise de mão de obra em vários setores, como
agricultura, serviços e construção civil. Pelo Twitter o governador da Califórnia, Jerry Brown, reagiu à
declaração de Trump sobre aumentar a deportação de imigrantes ilegais.
“Trump está mentindo sobre a imigração, a criminalidade e a lei da
Califórnia... Nós, os habitantes da quinta maior economia do mundo, não
estamos preocupados”, afirmou.
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