Pesquisadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia)
anunciaram a criação de uma rede neural artificial criada com DNA
sintético. A tecnologia é capaz de reconhecer números codificados em
moléculas. Como todas as redes neurais, ela imita processos que ocorrem
naturalmente no cérebro humano. Diferentemente da maioria das redes neurais artificiais, esta foi
desenvolvida em um tubo de ensaio. Feita com DNA sintético (que pode
armazenar grandes quantidades de informação digital), ela se assemelha a
uma "sopa inteligente”. "Neste trabalho, criamos circuitos bioquímicos
que funcionam como uma pequena rede de neurônios capazes de classificar
informações moleculares consideravelmente mais complexas do que era
possível anteriormente", disse Lulu Qian, uma das responsáveis pela
pesquisa. Para demonstrar que a inteligência artificial pode ser
programada em circuitos biomoleculares sintéticos, a equipe usou uma
espécie de teste de reconhecimento de caligrafia. Humanos são capazes de
reconhecer o número “4" escrito por pessoas diferentes, mas máquinas
não possuem essa capacidade. Mas ao alimentar uma rede neural com
toneladas de exemplos diferentes de caligrafia do número "4", o
algoritmo passa a reconhecer padrões. Assim, ele é capaz de diferenciar
um "4" de um "5". No teste em questão, não foi usada a caligrafia
humana, mas algo chamado de "caligrafia molecular". Foram criados então
símbolos moleculares, representando numerais de 1 a 9. A rede neural
artificial foi capaz de diferenciar 36 diferentes versões “caligrafadas”
dos mesmos números.
Os pesquisadores esperam que no futuro essa
tecnologia possa ajudar a aprimorar testes médicos laboratoriais.
"Diagnósticos médicos comuns detectam a presença de algumas poucas
biomoléculas, como as de colesterol ou glicose. Usando circuitos
biomoleculares mais sofisticados, como os nossos, os testes poderão
incluir centenas de biomoléculas", afirmou Kevin Cherry, da equipe
responsável pela pesquisa.
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