Os acionistas da Embraer aprovaram nesta terça-feira o acordo com a Boeing que prevê a formação de um novo grupo para a fabricação de aviões de até 150 lugares sob controle do gigante norte-americano. A decisão foi acatada por 96,8% dos acionistas que participaram de uma assembleia geral extraordinária na sede da empresa em São Paulo. Os votantes representavam 67% dos titulares das ações circulantes da Embraer, segundo nota divulgada pela empresa, terceiro maior fabricante de aviões do mundo.
Essa era uma das últimas etapas pendentes antes da
materialização da fusão, que poderá ser concretizada ainda neste ano,
apesar do protesto de alguns funcionários, que temem por demissões
e se reuniram em protesto nesta terça-feira em São José dos Campos.
Ainda é preciso receber o aval das autoridades antitruste do Brasil e
dos Estados Unidos, bem como da União Europeia e China,
onde ambas as empresas têm negócios. O pacto prevê que a Boeing assuma o
controle das atividades civis da Embraer por um valor de 4,2 bilhões de
dólares (15,74 bilhões de reais), o que lhe permitirá controlar 80% do
capital do novo grupo. Os 20% restantes ficarão nas mãos da empresa
brasileira.
As duas companhias formarão ainda outro grupo para
comercializar o cargueiro KC-390 da Embraer, no qual a empresa
brasileira terá 51% de capital, e a Boeing os outros 49%. O negócio de aviões militares e de aviação executiva da Embraer foi excluído do acordo.
O protocolo de acordo Boeing-Embraer foi anunciado em julho
do ano passado, poucos dias depois da aliança selada entre a europeia
Airbus e a canadense Bombardier para fabricar os aviões de médio alcance
C Series, concorrentes dos aparelhos da Embraer.
A Embraer foi criada como estatal em 1969 e privatizada em
1994, embora o Governo federal tenha mantido seu poder de veto sobre as
decisões empresariais. O acordo com a Boeing foi finalmente assinado em
25 de janeiro, depois do aval do novo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Com um volume de negócios de seis bilhões de
dólares e 16.000 funcionários, a Embraer é uma das joias industriais do
Brasil, com uma gama de aviões civis, militares e de jatos executivos.conteúdo
Agências
El País
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