Algumas vacinas podem proteger seu amigo, mas não você



A genética pode determinar por que o sistema imunológico de algumas pessoas não responde a algumas vacinas. Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine revelou que o genoma do ser humano exerce um papel importante no funcionamento de certas vacinas.

"A pesquisa nos dá uma visão sobre porque as pessoas são mais propensas a melhorar ou piorar com certas vacinas", disse Nelson Michael, autor do estudo, ao site IFLScience. "Podemos até chegar ao ponto de prever o sucesso de uma vacina", adicionou o pesquisador.

A descoberta foi feita pela equipe de cientistas do programa de pesquisas sobre HIV do exército dos EUA. Eles testaram se variantes específicas de genes do sistema imunológico (chamados de HLA) estavam associados com a proteção dos seres humanos contra o vírus do HIV.
Os pesquisadores decidiram fazer esse estudo, pois ainda não tinham descoberto porque a vacina do teste RV144, feito em 2003 na Tailândia, protegeu apenas alguns pacientes. O exame foi o primeiro que mostrou a eficiência de uma vacina contra o HIV durante 42 meses.
Devido à pesquisa de 2003, os cientistas conseguiram descobrir que o gene HLA está relacionado à proteção contra o HIV. Eles compararam os dados dos indivíduos protegidos contra o vírus com aqueles que não receberam a vacina. Com essas novas informações, os cientistas conseguiram analisar as genéticas do vírus e dos pacientes.
"Assim, há uma predisposição genética para o tipo de resposta imune que será gerada para a vacina" disse Michael. Conforme descrito na revista Science Translational Medicine, os militares descobriram que as variações nesses genes modulam a quantidade e a qualidade das respostas de anticorpos à vacina. Isso afeta a eficácia da injeção e a probabilidade de infecção.
Resumindo, se os cientistas fizerem estes testes genéticos junto à todos os ensaios de vacinas, eles poderão prever se uma vacina vai funcionar prospectivamente, em vez de posteriormente.
É importante ressaltar que as revelações do estudo não significam que a vacina aumentou a probabilidade de pessoas serem infectadas. As taxas de infecção foram semelhantes entre o grupo vacinado e o que recebeu o placebo.

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Marina Demartini
EXAME.com

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