Quase todo mundo detesta ficar longe do celular. Mas, para quem está viciado no aparelho, uma chamada perdida já causa angústia.
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Você se apega ao seu celular como se ele fosse uma pessoa - e tem até ansiedade de separação, da mesma forma que uma criança resiste a entrar na escola sem os pais. Mas se o vínculo com o celular já é uma realidade para todo mundo, as pessoas têm jeitos diferentes de se apegar ao aparelho.
Jovens húngaros, de 19 a 25 anos, responderam a uma série
de perguntas sobre a forma como usam o celular para ajudar cientistas a entender essa relação esquisita.
Quase todos os participantes ficavam incomodados e aflitos
se passavam muito tempo longe do celular. A maioria tinha o hábito de
checar o aparelho com frequência, mesmo que ele não tocasse ou vibrasse.
Deixar o celular em casa ou ficar sem bateria era motivo de tristeza e o
smartphone ficava sempre visível e ao alcance - seja na mesa do almoço
ou perto da cama durante a noite.
Achou intenso demais? Esse era o comportamento padrão - não
precisa ser viciado, segundo os pesquisadores, para ter a necessidade
de estar próximo do celular.
Já as pessoas que tinham sinais de dependência eram, na sua maioria, "ansiosamente apegadas". Segundo a Teoria do Apego,
nas relações românticas e sociais, essas pessoas querem ter vínculos
muito íntimos, mas sempre têm medo de perdê-los. São os famosos
"grudentos".
Os participantes do estudo com esse perfil tinham
necessidade constante de estar em contato com outras pessoas e, por
isso, passavam mais tempo navegando pelas redes sociais. Os ansiosos
ficavam aflitos quando não conseguiam falar com alguém no telefone e
muito angustiados quando tinham chamadas perdidas. Tudo isso, segundo os
cientistas, é consequência de um medo inconsciente de ser rejeitado ou
abandonado.
Enquanto, para os ansiosos, a ideia de poder entrar em
contato com qualquer pessoa em qualquer momento através do celular era
uma grande vantagem, os outros participantes não gostavam da ideia de
serem tão acessíveis assim.
Segundo os pesquisadores, o celular acaba sendo uma grande
armadilha para as pessoas naturalmente inseguras. Como dá para se
comunicar na hora que der na telha, elas não param para refletir de onde
vem essa necessidade tão forte de conexão com os outros. Pior ainda,
como elas sentem que precisam de validação externa para aquilo que
fazem, ter as redes sociais sempre à mão faz com que algumas postem
demais e se tornem cada vez mais dependentes das curtidas e dos
comentários alheios.
conteúdo
Ana Carolina Leonardi
Ana Carolina Leonardi
super
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