Em tempos de relações cada vez mais virtuais e superficiais – ou,
“líquidas”, como diria o filósofo Zygmunt Bauman – cientistas de Harvard
encontraram grandes vantagens em curtir os prazeres de um almoço em
família ou uma noite com os amigos. A conclusão é mais do que bom senso – surgiu a partiu de um
estudo que durou mais de sete décadas, e está entre os acompanhamentos
científicos mais duradouros de que se tem notícia. Tudo começou em 1939, quando esses especialistas passaram a
acompanhar 456 homens da cidade americana de Boston e 268 calouros de
Harvard. A avaliação de todos os voluntários consistiu em questionários
aprofundados sobre o cotidiano e exames de sangue e neurológicos feitos
periodicamente. No ano de 2014, veio o veredicto: aqueles com melhores
relações interpessoais foram considerados mais saudáveis e felizes. Os
solitários, por outro lado, estavam mais propensos à morte prematura e
declínios no sistema imune. A teoria dos cientistas para explicar o fenômeno é simples:
amor te faz viver mais. Não é só um papo ao estilo Alvo Dumbledore, de
Harry Potter. Ter alguém para compartilhar tristezas, alegrias e
segredos ajuda a espantar a ansiedade, o estresse e outros sentimentos
negativos que abalam o organismo como um todo. O número de amigos, porém, não importa muito. Independente
de contar nos dedos de uma mão as verdadeiras amizades que possui ou
quantas vezes foi correspondido na hora da paquera, o grande diferencial
na pesquisa era a qualidade dos relacionamentos, não a quantidade.
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