Um estudo feito pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME,
sigla para o nome em inglês) da Universidade de Washington (EUA) prevê
que, até agosto, o Brasil terá mais de 90 mil mortes pela doença. Até o momento, o Brasil é o 4°(quarto) país do mundo com infecções por coronavírus confirmadas, somando mais
de 230 mil casos desde o início do surto. Quebrando diariamente o recorde de novas mortes, passando de 15 mil vítimas de
Covid-19 hoje (17). Para chegar às projeções, os
pesquisadores do IHME tomam como base as políticas públicas aplicadas
pelo governo de cada país e também os dados oficiais já divulgados, como
número de infectados e internados. Por enquanto, a maior parte dos
estados brasileiros está adotando o isolamento social, mas algumas
cidades deram um passo adiante e decretaram lockdown (fechamento total). As métricas indicam que o novo
coronavírus atingirá seu pico de infectados no dia 2 de junho, com cerca
de 204 mil casos em um só dia (o cálculo também considera pessoas não
testadas e assintomáticas). Estamos chegando aos 300 mil infectados espalhados pelo país. Entre 17 de junho e 9 de julho, as mortes
podem chegar a marca de mil por dia, passando a cair lentamente depois
desse período. Os Estados Unidos, que são agora o epicentro da doença,
chegaram a registrar mais de duas mil mortes por dia, mas as projeções
indicam um período de recuperação para os próximos meses. O governo americano tem utilizado as
projeções do IHME para tomar algumas decisões. Foi com base nesses
dados, inclusive, que o presidente Donald Trump anunciou que poderiam
ter mais de dois milhões de mortes se não aderissem ao isolamento
social, mas que ficariam entre 100 e 200 mil mortes na primeira onda de
contágio caso contassem com a medida. Até o momento, o país registrou 82
mil óbitos, com previsão de 147 mil até agosto. Mas, nos EUA, existem alguns críticos
ao modelo do IHME. Eles argumentam que os cálculos preveem um pico, e
consequentemente uma queda, rápidos demais. Dessa forma, o estudo
estaria subestimando o número de mortes. Ou seja, acredita-se que o
cenário pode ser ainda pior do que o instituto projeta. As estimativas trazem ainda dados
sobre o número de leitos necessários para atender à demanda de
pacientes. De meados de junho ao início de julho, serão precisos, por
dia, cerca de 11 mil vagas de UTI para atender a todos os pacientes.
Mas, há apenas 4.060 disponíveis. O Brasil não tem leitos em UTIs para
atender a todos os infectados desde 3 de maio – e deve continuar sem até
agosto.
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