Até quando? - Professora é brutalmente espancada por aluno e desabafa: "estou dilacerada"



A violência, definitivamente, invadiu as salas de aula. No município de Indaial, em Santa Catarina, a professora Marcia Friggi foi brutalmente agredida por um de seus alunos, de apenas 15 anos, nas dependências da escola. 

Segundo Marcia Friggi, de 52 anos, o adolescente desferiu socos contra ela após ser expulso de sala por mau comportamento.
Em uma publicação em seu Facebook, Marcia compartilhou fotos de seu rosto machucado e relatou o diálogo com o estudante antes da agressão.
"Ele estava com o livro sobre as pernas e eu pedi: 'Coloque seu livro sobre a mesa, por favor'. 'Eu coloco o livro onde eu bem quiser'. 'As coisas não são assim'. 'Ahhh, vai se f*'. 'Retire-se por favor'. Ele levantou para sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia. Na direção eu contei o que tinha acontecido. Ele retrucou que menti e eu tentei dizer: 'Como, menti? A sala toda viu'. Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede", relatou.
Indignada com o fato, ela resolveu desabafar em sua página do Facebook. Marcia resumiu seu sentimento em uma palavra: "Dilacerada". O depoimento dela foi o seguinte:
"Estou dilacerada. Aconteceu assim: Ele estava com o livro sobre as pernas e eu pedi:
– Coloque seu livro sobre a mesa, por favor.
– Eu coloco o livro onde eu bem quiser.
– As coisas não são assim.
– Ahhh, vai se foder.
– Retire-se por favor.

Ele levantou para sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia. Na direção eu contei o que tinha acontecido. Ele retrucou que menti e eu tentei dizer:
– Como, menti? A sala toda viu... Não deu tempo para mais nada.

Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede. Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacerada por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacera por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacerada porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros.
Estamos, há anos, sendo colocados em condição de desamparo pelos governos. A sociedade nos desamparou. A vida... Lembrei dos professores do Paraná que foram massacrados pela polícia, não teve como não lembrar. Estou dilacerada pelos meus bons alunos, que são muitos e não merecem nossa ausência. Estou dilacerada, mas eu me recupero e vou dedicar a minha vida para que nenhum professor brasileiro passe por isso nunca mais".



A publicação de Marcia já teve milhares de compartilhamentos. Nas mensagens, palavras de apoio à professora. "Perderam os limites. Sinto muito, professora", escreveu uma pessoa. "Os valores cada dia mais se perdem entre filhos sem educação e pais omissos ou no mínimo incentivadores desse tipo de reação". "Melhoras a você, guerreira".
A Secretaria Municipal de Educação de Indaial informou que o caso está sendo "averiguado" e que só irá se pronunciar após uma "avaliação completa da situação". Durante a tarde, o Secretário de Educação Ozinil Martins de Souza esteve na unidade escolar para conversar com a direção. Procurada pelo O GLOBO, a professora Marcia Friggi ainda não retornou às mensagens.

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