O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,foi
reeleito para mais 6 anos de mandato com uma abstenção de 54% em meio a
uma eleição boicotada pela maioria das forças da oposição e com
denúncias de fraudes. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a
participação dos eleitores chegou a 46%, embora fontes do organismo
citadas pela Reuters assegurem que no fechamento das seções eleitorais,
às 18h, esse número era de 32,3%. Nas últimas eleições presidenciais,
celebradas em 2013, 80% dos eleitores compareceram aos colégios
eleitorais. Ao longo do dia, a maioria das ruas da Venezuela registravam
muito pouco trânsito e os colégios eleitorais estavam quase vazios. O único adversário real de Maduro era Henri Falcón,
que obteve 1,8 milhões de votos. O líder opositor declarou minutos
antes do anúncio do resultado que não reconhecia o processo eleitoral
deste domingo e exigiu a convocação de novas eleições. O candidato da
oposição afirmou ter recebido 900 denúncias de irregularidades na
jornada eleitoral. Com um tom enfático, ele criticou o "descaro" e o
"vantagismo" do chavismo no pleito. Ao fundamentar suas denúncias, Henri Falcón fez questão de ressaltar a
presença dos chamados "pontos vermelhos", núcleos de ativismo e
proselitismo político, proibidos por lei, que as organizações chavistas
instalaram a 200 metros dos locais de votação, e inclusive dentro deles,
sob total consentimento do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Os pontos
vermelhos são considerados por muitos dirigentes oficialistas, como Diosdado Cabello, um direito adquirido. Costumam ir a esses espaços os eleitores do presidente Maduro para
registar seu voto com o chamado "carnê da pátria", com o qual estariam
assegurando as ajudas e os programas sociais em troca de votos. O carnê é
um documento com que o chavismo tenta conquistar o apoio das classes
populares. Circulam no país mais de 16 milhões. Eles permitem o acesso a
bônus e serviços e, ainda que oficialmente não sirva para receber
atenção preferencial no recebimento das caixas periódicas de alimentos, é
um instrumento utilizado para medir a fidelidade ao regime. O processo eleitoral deveria terminar oficialmente às 18h (19h de
Brasília), mas algumas escolas ficaram abertas uma hora e meia após esse
horário em várias partes do país. Maduro votou pouco antes das 6h ao
colégio Miguel Antonio Caro, em Caracas. "Fui o primeiro votante da
pátria (...) sempre em primeiro nas batalhas pela nossa soberania, pelo
direito à paz", declarou o líder chavista. Alguns países como Argentina e Chile afirmaram que não irão
reconhecer as eleições presidenciais venezuelanas, além da União
Europeia. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo,
classificou as eleições presidenciais na Venezuela como "fraudulentas" e
disse que elas "não mudam nada" no cenário do país. "Observando hoje (o
que acontece na) #Venezuela. As fraudulentas eleições não mudam nada. É
preciso que o povo venezuelano dirija este país... Uma nação com tanto o
que oferecer ao mundo", escreveu Pompeo no Twitter.
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