A Nike armou uma feira livre numa ruazinha sem saída aqui ao lado na
manhã gelada deste domingo para a gravação de um comercial da Copa. Uma amostra colorida de uma feira de verdade, com compradores e
vendedores, tendo como atração um garotinho fazendo embaixada com
laranjas -- a fina flor da arte popular. Tite tinha anunciado a seleção naquele fim de semana, e a
parafernália eletrônica de minúsculas câmeras móveis e refletores
gigantes ligados em pleno sol do meio-dia atraíram meio-mundo da Vila
Cordeiro. Barracas de camping da produtora Pródigo plantadas numa pracinha que
compreende (duplo sentido) a ruazinha de uma quadra davam já de longe
uma ideia do requinte da operação. O principal assunto no pedaço era essa estrutura formidável para um
comercial de no máximo 30 segundos, que teria sequência em outro ponto
da cidade, e a habilidade do futuro craque brasileiro, apenas de camisa e
calção, que se aquecia para driblar a ventania e o frio no meio da
feira. Ninguém falava na seleção e nos craques escolhidos por Tite na
véspera. Ninguém falava no futuro do futebol canarinho a caminho da
Rússia. Aliás, o verde-amarelo só estava presente nas frutas e verduras dispostas em pilhas nas barracas. Por enquanto a Copa é apenas um comercial da Nike, do Tite e da Globo.
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