WhatsApp está tomando o espaço do Facebook, diz estudo



Em fevereiro deste ano,
o jornal Folha de S.Paulo deixou de atualizar sua página no Facebook. Ele tomou essa decisão depois que a rede social reduziu a visibilidade do jornalismo nas páginas dos usuários, priorizando posts de amigos e família. Antes tido como uma das melhores redes para a leitura de notícias, hoje o Facebook vem perdendo essa força, e o novo relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo confirmou essa queda.
A pesquisa ouviu 74 mil pessoas em 37 países. De acordo com o relatório, apenas 23% das pessoas confiam nas notícias lidas através das redes sociais, em comparação com 34% que confiam nos mecanismos de busca. Com relação ao Facebook, seu uso para notícias caiu 9% entre o público adulto e 20% entre os jovens, em relação a 2017. Essa queda se deve, em grande parte, pela preocupação dos usuários com privacidade, fake news e debates tóxicos na rede. A pesquisa foi feita antes da mudança de algoritmo citada acima.
Em compensação, o relatório traz boas notícias para as organizações de mídia que buscam prosseguir com um jornalismo de qualidade e adotaram paywall: o número de pessoas que pagam por notícias on-line cresceu em vários países e as notificações por e-mail e por celular estão ajudando a criar maior lealdade entre os leitores. Novos modelos de negócio, como filiação e doações, também estão começando a ganhar força.
Mas a maior novidade que o artigo traz é a confirmação de que as pessoas estão migrando do Facebook para o WhatsApp para ler notícias. Já vimos o poder desse app recentemente, com caminhoneiros organizando uma greve que parou o país pelo WhatsApp. O uso dele como fonte de notícias triplicou nos EUA, em apenas quatro anos. Mas o fenômeno é maior ainda em países como Malásia (54%) e Turquia (30%), onde é perigoso expressar opiniões políticas livremente em redes abertas.
Apesar do grande uso da internet, quando perguntados sobre quais veículos passam mais credibilidade, os americanos citaram mídias tradicionais como canais de televisão e o The Wall Street Journal. Veículos criados na era digital ainda deixam as pessoas com um pé atrás: mais da metade dos entrevistados, 54%, disse que desconfia da veracidade do que lê na internet. Isso foi bem maior em países como Brasil (85%), Espanha (69%) e Estados Unidos (64%), onde situações políticas polarizadas são muito discutidas nas mídias sociais. Eleições vem aí. Cuidado com as correntes que você vai compartilhar no WhatsApp.

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Ingrid Luisa
Super

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