O ataque a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, que resultou na perda de 5% da produção mundial de petróleo bruto, fez o preço do produto no mercado internacional disparar nesta segunda-feira (16/09).
Logo após a abertura dos mercados, o preço do petróleo bruto disparou nos Estados Unidos, aumentando rapidamente em 15%, com o preço do petróleo tipo brent subindo quase 20%.
Os aumentos acabaram sendo refreados pela promessa do governo americano de utilizar as reservas estratégicas do país para cobrir a lacuna deixada pelos 5,7 milhões de barris que deixarão de ser produzidos diariamente pelos sauditas.
O petróleo bruto americano chegou a ser negociado em alta de 8,8%, atingindo 59,7 dólares por barril (uma alta de 4,84 dólares por barril). No caso do brent, a subida chegou a 10%, com o preço do barril atingindo 66,24 dólares (alta de 6,2 dólares).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a liberação das reservas de petróleo americanas, se houver a necessidade, em uma quantidade que seria "suficiente para manter os mercados bem abastecidos", afirmou o republicano.
As reservas federais americanas de centenas de milhões de barris de petróleo bruto foram utilizadas apenas em três ocasiões, mais recentemente em 2011, quando estourou a guerra civil na Líbia.
O ataque às instalações da gigante estatal saudita Aramco suspendeu mais da metade das exportações diárias de petróleo da Arábia Saudita, gerando temores principalmente na China, Japão, Coreia do Sul e Índia, que são os maiores consumidores do produto saudita.
Riad assegurou que suas reservas são capazes de garantir o abastecimento dos mercados globais, enquanto corre contra o tempo para reparar os danos nas instalações da usina de processamento Abqaiq, crucial para a produção saudita, e no campo de petróleo de Khurais.
Autoridades americanas divulgaram imagens de satélite da usina de Abqaiq, afirmado que o padrão de destruição indicaria um ataque de origem iraquiana ou iraniana, apesar dos rebeldes houthi no Iêmen terem assumido publicamente a autoria do atentado.

No domingo, Trump sugeriu que os EUA teriam motivos para acreditar na culpabilidade do Irã e afirmou que seu país está "de armas prontas e carregadas". Após reunir-se com o Conselho Nacional de Segurança, ele disse que aguarda a conclusão das investigações sauditas sobre quem estaria por trás do ataque para saber "sob quais termos vamos proceder".
O governo do Irã negou envolvimento e acusou Washington de mentir. O ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou no domingo que a política de "pressão máxima" exercida pelos americanos fracassou, o que fez com que partissem para as "mentiras máximas". Ele diz que culpar o Irã por um ataque de rebeldes iemenitas não vai pôr fim à guerra civil em uma das nações mais pobres do mundo árabe.
"Os EUA e seus clientes estão presos no Iêmen por causa da ilusão de que a superioridade armamentista levará à vitória militar", escreveu Zarif no Twitter. "Culpar o Irã não porá fim ao desastre", reiterou, pedindo que seja considerada uma proposta iraniana lançada em abril deste ano para pôr fim ao conflito e iniciar conversações de paz.
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DW
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