A "recuperação" do mercado de trabalho puxada pelo emprego informal, sem
carteira assinada, não dá segurança para as famílias voltarem a
consumir com força e pode comprometer a retomada. Para especialistas, a conclusão se ancora no cruzamento de
dados. Em 2017, foram criadas 1,8 milhão de vagas— todas no setor
informal. Com carteira, 685 mil vagas foram perdidas. Também conta a renda média dos sem carteira e de pequenos empreendedores, metade da renda dos formais, já descontada a inflação. Estudo da consultoria de Affonso Celso Pastore,
ex-presidente do Banco Central, busca entender por que projeções de
consumo vinham negligenciando esse efeito. A equipe de Pastore considera revisar a projeção de
crescimento para 2018, ainda em 3%. A expectativa é que fique próxima de
2,5%. O melhor comportamento do varejo em 2017, avalia-se hoje,
pode ter sido provocado pela liberação de R$ 44 bilhões do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço), pois parte foi para compras. O sinal de alerta veio com o desempenho pífio do consumo das
famílias nos últimos três meses do ano. Com 65% do PIB (Produto Interno
Bruto), o consumo determina o que ocorre na economia. As informações são de reportagem de Flavia Lima na Folha de S.Paulo.
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